As paisagens do Pantanal revelam, além de uma abundante biodiversidade, um mosaico de formações vegetais e um verdadeiro refúgio para a reprodução de espécies da fauna da América do Sul. Os ciclos de avanço e recuo das águas (cheia e seca) determinam os tipos mais comuns de paisagens pantaneiras, um cenário em constante mudança ao longo do ano.
Por constituir-se como elo entre vários biomas, o Pantanal é um exuberante complexo moldado pelo ciclo das águas e influenciado por ambientes da vizinhança. Podemos encontrar na planície pantaneira espécies animais e vegetais do Cerrado (a leste), Amazônia (ao norte), Mata Atlântica (sul de Mato Grosso do Sul) e até Chaco (a oeste). Nas partes mais altas, como no Morro do Urucum, em Corumbá e na Serra da Bodoquena, encontram-se relictos de Caatinga e bromélias, em especial entre as rochas calcárias. Por este motivo os pesquisadores da região não costumam defini-lo como bioma, e sim como um complexo com várias influências, sendo raras suas espécies exclusivas (endêmicas).
O Pantanal é considerado uma das 37 Últimas Grandes Regiões Naturais da Terra - áreas caracterizadas por grande diversidade biológica, grandes extensões e baixa densidade populacional. As inundações anuais, associadas à baixa fertilidade dos solos, dificultam a ocupação e propiciam sua conservação. Mesmo assim, a região apresenta crescente ameaça à biodiversidade, devido, principalmente a desmatamentos, queimadas e grandes projetos de desenvolvimento, como hidrovias, usinas de álcool e siderurgia. A ONG Conservação Internacional realizou, em 2005, um estudo sobre a supressão da vegetação no Pantanal, e concluiu que o atual ritmo de desflorestamento é capaz de acabar com as florestas em 45 anos.
As plantas utilizam estratégias de sobrevivência ao ciclo de cheias e secas da planície pantaneira, formando ambientes peculiares. As mais de duas mil espécies vegetais de diferentes origens catalogadas na região vivem em ambientes muitas vezes incompatíveis, promovendo um movimento relacionado ao solo e às águas. Desta forma, há uma constante variação das espécies e, em determinadas regiões, pode ocorrer uma mudança na vegetação ao longo dos anos.
Mesmo constituído de espécies vegetais de vários outros biomas, a região abriga grande diversidade de formações típicas, com presença de algumas espécies mais frequentes. Os pantaneiros criaram termos regionais para cada pedaço do mosaico que forma a vegetação pantaneira, entre os quais está o acurizal, concentração da palmeira acuri, importante para a fauna, pois a noz serve de alimento para arara-azul-grande, e a polpa do coco, para roedores e periquitos, além de o caule ser usado como abrigo para pequenos animais.
As plantas utilizam estratégias de sobrevivência ao ciclo de cheias e secas da planície pantaneira, formando ambientes peculiares. As mais de duas mil espécies vegetais de diferentes origens catalogadas na região vivem em ambientes muitas vezes incompatíveis, promovendo um movimento relacionado ao solo e às águas. Desta forma, há uma constante variação das espécies e, em determinadas regiões, pode ocorrer uma mudança na vegetação ao longo dos anos.
Mesmo constituído de espécies vegetais de vários outros biomas, a região abriga grande diversidade de formações típicas, com presença de algumas espécies mais frequentes. Os pantaneiros criaram termos regionais para cada pedaço do mosaico que forma a vegetação pantaneira, entre os quais está o acurizal, concentração da palmeira acuri, importante para a fauna, pois a noz serve de alimento para arara-azul-grande, e a polpa do coco, para roedores e periquitos, além de o caule ser usado como abrigo para pequenos animais.
Há também o carandazal, com predomínio da palmeira carandá (Copernicia alba), espécie de origem chaquenha avistada principalmente nos pantanais no Nabileque e Porto Murtinho. Destaca-se ainda o algodoal - marcado pelo predomínio do algodão-bravo, arbusto semitrepador que, associado a vários tipos de trepadeiras, forma um emaranhando consistente. Na cheia estas áreas ficam alagadas, e durante seca a vegetação serve como abrigo para os animais.
Quando as águas começam a subir no Pantanal, criam-se as vazantes, cursos d'água temporários, amplos e sem calha, que encobrem os grandes campos de gramíneas (pastagens naturais) formados durante a seca. Leitos abandonados de rios são tomados pelas águas, determinando cursos d'água sazonais, com calha definida, chamados de corixos. Dependendo da intensidade da cheia, áreas antes inalcançáveis para as águas podem se alagar, causando o recuo da flora, assim como uma seca prolongada pode gerar um avanço da vegetação.
Nas áreas mais altas, onde as águas não conseguem chegar, predomina uma vegetação mais densa e arbustiva, as chamadas cordilheiras, faixas (de terrenos) alongadas e sinuosas com espécies de Cerrado e Cerradão. As cordilheiras são normalmente rodeadas de campos alagáveis, que durante a seca formam a pastagem natural, considerada a principal vegetação do Pantanal.
Nestes campos há também os capões, verdadeiras ilhas de vegetação em formato circular ou semicircular em meio aos campos. A cordilheira e o capão são fundamentais para a dinâmica da vida, pois durante as cheias tornam-se abrigo e fonte de alimentos para a fauna silvestre, com árvores como aroeira, figueira, angico-vermelho, piúva, ipê-roxo e cambará.
Outro cenário peculiar é a flora das baías, as lagoas do Pantanal. Características da região, as baías podem ser temporárias ou permanentes, sendo conhecidas pela deslumbrante visão aérea de sua fisionomia. Nas lagoas permanentes são comuns as grandes aglomerações de aguapés, camalotes e a vegetação aquática conhecida como baceiro ou batume, formada por diversos tipos de plantas aquáticas flutuantes, emergentes ou submersas, tais como: chapéu-de-couro, vitória-régia, alface-d'água, pé-de-sapo, camalote e trevo-de-quatro-folhas.
Chamadas de salinas, as lagoas sem cobertura de plantas aquáticas têm água salobra e coloração verde, devido às densas populações de algas. Ao redor delas há uma faixa estreita de areia bem clara, rodeada de vegetação arbórea e arbustiva (árvores e arbustos).
Quando as águas começam a baixar, escoam em direção ao rio Paraguai, carregando consigo grande diversidade de espécies da flora, que se espalham pela planície buscando ambientes favoráveis à adaptação. Os peixes que não voltam aos rios ficam abrigados nas lagoas e servem como alimento para outros animais.
O baceiro vai preenchendo corixos e rios e, em pouco tempo, há grande multiplicação da vegetação. Com a chegada da seca, as vazantes transformam-se em campos com gramíneas (pastagens naturais) que florescem durante a primavera e o verão, forrando o chão de pequenas flores. Durante a seca, as florestas semidecíduas (em que as folhas caem) forram o chão de folhas, contribuindo com nutrientes para o solo.
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