quarta-feira, 31 de julho de 2013

Fauna

No imaginário, Pantanal é sinônimo de bicho. Considerado um dos maiores centros de reprodução das Américas, quase toda fauna brasileira está representada nesta região. A deslumbrante planície apresenta aos visitantes o espetáculo raro de ficar frente a frente com animais de grande e pequeno porte. As aves são um espetáculo à parte, uma infinidade de cores exclusivas do universo pantaneiro. O tuiuiú, ave símbolo do Pantanal, é avistado livremente, com sua imponente envergadura (com asas abertas) que pode chegar a dois metros. As garças promovem revoadas, as capivaras passam aos bandos e os numerosos jacarés, figuras mansas, ficam à espreita, ao redor das lagoas ou dentro d'água. O cor-de-rosa dos colhereiros, as araras-azuis-grandes, os biguás e a esperança de ver uma onça-pintada ou uma sucuri refletem a diversidade única do Pantanal.

Tuiuiu, um exemplo de ave do pantanal.

Os períodos de secas e cheias modificam radicalmente as paisagens. Durante metade do ano as águas sobem e os animais não são avistados com frequência. Como estão adaptados à condição, refugiam-se nas áreas não-inundáveis, como as cordilheiras e capões. Já nos seis meses de seca, a fauna é encontrada facilmente. Os animais amontoam-se ao redor das lagoas para se alimentar dos peixes e plantas.
Vários animais frequentes na planície pantaneira estão na lista oficial dos animais ameaçados de extinção. Entre eles cervo-do-pantanal, lobo-guará, arara-azul, ariranha e a onça-pintada. Em outras regiões do Brasil esses animais foram praticamente extintos, mas no Pantanal são vistos com frequência. Só em Mato Grosso do Sul, estado brasileiro com a maior área do Pantanal, estão na lista oficial dos animais extinção 37 espécies. Entre as que desapareceram está a arara-azul-pequena.



Entre os animais mais ameaçados está a onça-pintada, animal de grande porte que necessita de amplo território para viver. O felino disputa com fazendeiros o espaço e não é bem-vindo, porque muitas vezes ataca rebanhos de gado para se alimentar, causando prejuízos econômicos. A diminuição das matas densas do Pantanal gera uma grande pressão aos hábitats e pode causar a extinção de espécies da fauna. 

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Clima

Na Bacia do Alto Paraguai, o clima é quente e sub-quente, com regime de chuvas úmido e sub-úmido. O período de seca pode variar entre três, quatro ou até cinco meses (GEF - Pantanal Alto Paraguai). As temperaturas médias anuais variam entre 22,5ºC e 26,5ºC, sendo que novembro é o mês mais quente, com temperatura média de 27ºC, enquanto julho é o mais frio (média de 21ºC). 
Nas cidades pantaneiras faz calor na maior parte do ano, tanto que Corumbá e Cuiabá são conhecidas pelas altas temperaturas, que variam de 27ºC a 40ºC. Apesar das inundações anuais, o clima no Pantanal é comparado ao semi-árido, como da Caatinga nordestina. Em diversos locais da planície chove pouco durante o ano.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Hidrografia

O rio Paraguai passa pela cidade de Cáceres, Mato Grosso, onde é conhecida como "Princesinha do Rio Paraguai" e seus afluentes percorrem o Pantanal, formando extensas áreas inundadas que servem de abrigo para muitos peixes, como o pintado, o dourado, o pacu, e também para outros animais, como os jacarés, as capivaras e ariranhas, entre outras espécies. Muitos animais ameaçados de extinção em outras partes do Brasil ainda possuem populações vigorosas na região pantaneira, como o cervo-do-pantanal, a capivara, o tuiuiú e o jacaré.
Devido a baixa declividade desta planície no sentido norte-sul e leste-oeste, a água que cai nas cabeceiras do rio Paraguai chega a gastar quatro meses ou mais para atravessar todo o Pantanal. Os ecossistemas são caracterizados por cerrados e cerradões sem alagamento periódico, campos inundáveis e ambientes aquáticos, como lagoas de água doce ou salobra, rios, vazantes e corixos.


domingo, 21 de julho de 2013

Relevo

O Pantanal é uma das maiores planícies de sedimentação do mundo. Sua planície, levemente ondulada, pontilhada por raros morros isolados e rica em depressões rasas têm seus limites marcados por variados sistemas de elevações, como chapadas, serras e maciços. É cortado por grande quantidade de rios, todos pertencentes à Bacia do Rio Paraguai.

As terras altas do entorno, muitas delas de origem sedimentar ou formadas por rochas solúveis e friáveis, continuamente erodidas pela ação do vento e das águas, fornecem grande quantidade de sedimentos que são depositados na planície, num processo contínuo de entulhamento. Formam-se assim terrenos de aluvião, muito permeáveis, de composição argilo-arenosa.


Nas regiões de altitude intermediária, onde o solo é arenoso e ácido e a água é retida apenas no sub-solo, encontra-se vegetação típica de cerrado. Os elementos predominantes neste tipo de formação são as árvores de porte médio, de casca grossa, folhas recobertas por pêlos ou cera e raízes muito profundas. Elas se distribuem não muito próximo umas das outras, entremeadas de arbustos e plantas rasteiras, representadas por inúmeras espécies de ervas e gramíneas.


Na época da seca, como proteção contra a dessecação, muitas árvores e arbustos perdem totalmente os ramos e folhas. Outros limitam-se a derrubar as folhas, mas os ramos persistem e podem florescer. Nessa época, é comum a prática de queimadas nas fazendas, para limpar o campo das partes secas da vegetação. Realizada de maneira controlada, a queimada não é de todo prejudicial, como seria em outros ambientes, pois estimula o rebrotamento de muitas plantas do cerrado. No entanto, se o fogo se alastrar repentinamente por outras áreas, muitos animais e vegetais poderão ser sacrificados. Assim, essa prática só será aconselhável se puder ser executada com bastante cuidado.


Em regiões mais baixas e úmidas, onde as gramíneas predominam, encontram-se os campos limpos, pastagens ideais para a criação do gado que lá convive em harmonia com muitas espécies de animais silvestres.


Em pequenas elevações, quando o solo é rico, encontram-se capões de mato formados por árvores de porte elevado, como aroeira, imbiruçu, angico, ipês. Durante as chuvas, a maioria dos campos limpos é inundada, mas os capões permanecem secos.


Margeando os rios, encontram-se as matas-ciliares ou matas-galeria, com larguras variáveis. São formadas por vegetais de grande e médio porte, intercalados por arbustos e ricas em trepadeiras ou lianas. Entre as espécies vegetais mais comuns nessas matas estão o tucum, o jenipapo, o cambará e o pau-de-novato.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Referências

AB' SABER, A. N. O Pantanal Mato-grossense e a teoria dos refúgios. In: Revista Brasileira de Geografia.

http://www.planetapantanal.com: Parte das postagens foram retiradas deste site.
ARCA. Revista Arca. Campo Grande: PMCG, Número 4, 1993.
IBGE, Número Especial, Ano 50, T. 2. Rio de Janeiro, RJ, 1988. (p. 9-57).
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